OS WESTERNS DE DELMER DAVES

junho 14, 2013

Em todos os seus westerns, Delmer Daves procura uma verdade documentária, uma exatidão, tanto no que se refere ao cenário e ao vestuário, como no que concerne às reações humanas, à mentalidade da época. Flechas de Fogo / Broken Arrow / 1950, Rajadas de Ódio / Drumbeat / 1954, Ao Despertar da Paixão / Jubal / 1956, A Última Carroça / The Last Wagon / 1956, Galante e Sanguinário / 3:10 to Yuma / 1957, Como Nasce um Bravo / Cowboy / 1958, Os Homens das Terras Bravas / The Badlanders / 1958  e  A Árvore dos Enforcados / The Hanging Tree / 1959 não se afastam dessa linha realista

Daves se esforça antes de tudo para que as situações que ele imagina sejam reais e, em consequência, fez sempre um estudo preciso e honesto do meio onde elas se passam. Neto de pioneiros e tendo passado muito tempo entre os índios, o diretor está à vontade nas paisagens do oeste.  Sabe o valor exato,  o significado profundo daquelas florestas, planícies e desertos e conhece também os homens, seus costumes, dificuldades e modo de vida. Razão pela qual as aventuras que ele nos conta são ao mesmo tempo lúcidas reportagens.

Até os anos 50, os índios eram apresentados na tela como assassinos, sequestradores e incendiários, raramente como indíviduos e, com toda certeza, sem uma tentativa de se compreender e refletir sobre a sua visão dos fatos históricos. Flechas de Fogo foi o primeiro filme que mudou essa imagem, iniciando-se um processo de reabilitação, que prosseguiria nos anos seguintes.

Ele gira em torno da amizade entre Cochise (Jeff Chandler) e Tom Jeffords (James Stewart) – encarregado pelo governo de convencer o chefe índio a assinar um tratado de paz – e o amor puro entre o americano e uma índia e começa com esta constatação: é pelo reconhecimento das qualidades humanas que se pode chegar a um entendimento entre os homens.

Entretanto, nada se consegue sem sacrifício e por duas vezes a câmera mostra a morte de inocentes – o menino salvo por Jeffords e sua esposa, Sonseeaharay (Debra Paget). Estas mortes condenam, sem didatismo supérfluo, o racismo que o diretor denuncia ao longo da narrativa.

Daves declarou a propósito do filme: “Pela primeira vez no cinema americano mostramos os índios como pessoas respeitáveis e não como selvagens, procurando compreender sua civilização, religião e cultura”. E a inclusão de um romance na trama, coloca em questão o ângulo da miscigenação, que Daves literalmente defende.

O cineasta descreve com muito respeito a vida cotidiana dos índios, seus costumes, suas contradições. Os heróis, índios ou brancos, não são simples personagens, mas sim pessoas nobres para as quais a palavra dada é sagrada. Todo o filme pode ser sintetizado na frase que Cochise diz para Jeffords: “Talvez um dia você me matará, talvez eu o matarei  – mas nós nunca nos desprezaremos”

Em Rajadas de Ódio, Johnny MacKay (Allan Ladd), especialista em problemas indígenas, é encarregado pelo presidente Grant de apaziguar Captain Jack (Charles Bronson), chefe de uma facção rebelde dos índios Modoc (que usa a farda de um falecido capitão da Cavalaria dos Estados Unidos). Johnny vai sozinho ao encontro de Jack, porém este é intratável. Graças à intervenção de Toby (Marisa Pavan) e seu irmão Manok (Anthony Caruso), pertencentes ao grupo de Modocs que deseja a paz, Johnny, acompanhado de representantes do governo, tenta de novo a conciliação, mas os índios os atacam traiçoeiramente . Johnny consegue escapar e posteriormente, após uma luta feroz com Jack, consegue levá-lo preso para ser julgado.


Tal como em Flechas de Fogo, Daves examina a relação entre os índios e os brancos, agora sob a perspectiva dos colonizadores.  A majestosa paisagem das rochas abruptas (que parecem ruínas antigas), o ataque ao refúgio dos Modocs no alto da montanha e o combate corpo-a-corpo entre Johnny e Jack em um cânion cujas águas arrastam os dois adversários, produzem um efeito espetacular, acentuado por uma partitura musical muito rica.

Em Ao Despertar da Paixão, um vaqueiro errante, Jubal Troop (Glenn Ford) arranja emprego na fazenda de Shep Horgan (Ernest Borgnine). Jubal é logo promovido a capataz para descontentamento de Pinky (Rod Steiger), que ambicionava tal posto. A esposa de Horgan, Mae (Valerie French), assedia Jubal, mas este repele suas investidas amorosas. Pinky faz Horgan suspeitar da infidelidade de Mae que, ao ser interrogada, admite seus sentimentos para com o marido. Furioso, Horgan ataca Jubal e é morto por este em legítima defesa. Pinky, depois de estuprar Mae, recruta cidadãos para linchar Jubal.

Este western psicológico sublinhando o interesse humano (os traumas de Jubal, a solidão e a frustração sexual de Mae, a inveja de Pinky), tem como pano de fundo a magnificente paisagem das montanhas do Wyoming, maravilhosamente focalizadas pela câmera de Charles Lawton Jr. em Technicolor e CinemaScope. Os personagens são esculpidos com uma energia e uma humanidade raros e o cenário selvagem  e rude justifica os lances violentos e trágicos da intriga.

A direção imprimiu ao filme uma forte intensidade dramática, muito bem filmada (vg. as insinuações de Pinky para seu patrão em um acampamento; a desilusão de Shep no seu quarto; a saída de Jubal diante dos cavaleiros) e os travelings com a grua criam algumas cenas notáveis (vg. o movimento de câmera partindo das costas de Jubal até chegar ao fusil de Shep). A cena em que Jubal fala de sua mãe e de seu pai para a jovem Naomi (Felicia Farr), a filha de religiosos itinerantes por quem se apaixonara, é uma verdadeira aula de interpretação.

Em A Última Carroça – rodado em locação na região de Sedona, Arizona, perto do Old Creek Canyon – Comanche Todd (Richard Widmark), um branco assim chamado por ter vivido vinte anos entre os comanches, mata três irmãos que haviam estuprado  sua esposa e depois assassinado a mulher e seus dois filhos. O quarto irmão, Bull Harper (George Mathews), que é xerife, prende Todd e quer receber o premio por sua captura. Os dois homens encontram uma caravana e se juntam a ela. Os membros da caravana ficam logo escandalizados pela maneira brutal com que o xerife trata o prisioneiro. Porém, Todd não tarda a eliminar seu torturador. Uma noite, os jovens da caravana decidem tomar um banho noturno. Quando voltam, encontram seus pais massacrados pelos apaches. Somente Todd sobreviveu. Ele conseguirá conduzir os jovens através do deserto e do Desfiladeiro da Morte e deixá-los sãos e salvos na cidade.

O diretor deu uma sólida coesão a essa sequência de episódios. O relato se desenvolve em um ritmo capaz de manter o interesse do espectador até à conclusão e assegurar aos momentos de suspense todo o seu poder de emoção dramática. Os exteriores belos e pitorescos encontram sua amplitude, graças ao uso inteligente e correto do CinemaScope e do DeLuxe color.

Para Daves, A Última Carroça é “um manual de sobrevivência no deserto”, ensinando que é preciso lutar contra os elementos naturais, não perder o senso de direção, procurar os víveres e água e, sobretudo, se esconder dos índios. A jornada de Todd para o autoconhecimento é intensamente física (a certa altura ele é até “crucificado”), tal como os personagens vividos por James Stewart nos westerns de Anthony Mann. O herói é um homem violento, mas sua violência é justificada, tendo em vista o caráter hostil e cruel do universo onde evolui. Neste universo os preconceitos abundam, incitando Daves a fazer uma acusação ao racismo, inserindo o filme, ainda que obliquamente, na sua vontade de reabilitar os índios.

Em Galante e Sanguinário, do alto de uma colina, o fazendeiro Dan Evans (Van Heflin), acompanhado de seus dois filhos, assiste ao assalto de uma diligência, sem intervir, contra o desejo manifestado pelos adolescentes. Após o roubo, os bandidos fogem. A esposa de Dan fica surpresa pela falta de iniciativa do marido, porém ele responde que naquele momento só a seca que devasta a região o preocupa. Ele necessita de duzentos dólares para abrir um poço. Ao saber que pode obter o dinheiro como recompensa ao entregar Ben Wade (Glenn Ford), o chefe do bando de ladrões que fora levado pelo xerife, à prisão estadual  em Yuma, Dan aceita a missão, seguido por Alex Porter (Henry Jones), o bêbado da cidade. Depois de certos incidentes, Alex, Ben e Dan partem a cavalo para Contention City, onde passa o trem para Yuma. Encerrados em um quarto de hotel, Ben e Dan vão se confrontar em um combate todo interior entre o Bem e o Mal. Recolhido em um canto da cama, com o chapéu caindo sobre os olhos, Ben, diabólico, vigia sua presa; Dan, com a carabina na mão, tenta não ouvir o palavrório que o atordoa, resistir às tentações cada vez mais sutís com as quais o malfeitor pretende suborná-lo. Da tentação Ben passa à ameaça. A chegada do seu bando afugenta os homens contratados como reforço pelo proprietário da companhia de diligências. Alex, o bêbado, ferido pelos bandidos, é enforcado no lustre do saguão do hotel. Cada vez mais seguro de si, Ben aguarda o momento propício para fugir.

O roteiro focaliza um homem abandonado (tal como o xerife em Matar ou Morrer / 1952), depois que os homens contratados para ajudá-lo se intimidaram, deixando-o encarar sozinho os seus adversários e a própria consciência. Daves obtém um suspense de intensidade crescente, provocando uma angústia quase insustentável nas últimas cenas, porém não se esquece de acentuar o aspecto social e moral que enriquece o espetáculo. Progressivamente vamos assistindo à transformação daquele homem de aparência medíocre, que se revela corajoso, não somente para reaver a estima da família, mas porque o cumprimento do dever impõe muitas vezes o sacrifício da vida.

A ação transcorre em grande parte no quarto de um hotel, suscitando inspirados close-ups. As cenas em exteriores são igualmente boas, particularmente as de uma terra desesperada por água (“Considero Galante e Sanguinário meu melhor western. Tentei fotografar esta história como fariam nos anos 1870-1875 … Era preciso sentir verdadeiramente a terra seca e queimada”). Notam-se também o uso simbólico da paisagem e os célebres travelings verticais com a grua, marca registrada do diretor.

Em Como Nasce um Bravo, em um hotel de Chicago, o rico criador de gado Tom Reece (Glenn Ford) se embriaga, perde no pôquer e se associa ao recepcionista Frank Harris (Jack Lemon), um rapaz com uma visão romântica do Oeste. Eles partem para comprar uma boiada no México. Durante o percurso, Harris aprende o ofício rude dos vaqueiros e, pouco a pouco, nasce uma amizade entre os dois.

O filme é uma espécie de documentário dramatizado sobre o aprendizado e a evolução  moral de um jovem citadino em contato com a vida dura do sertão. A vontade de mostrar a verdade em oposição à lenda, não impediu que Daves realizasse um espetáculo cheio de ação e humor, no qual os dois intérpretes centrais exprimem com felicidade a oposição de caráter e comportamento dos personagens que interpretam.

Em Homens das Terras Bravas, ao sair da prisão de Yuma, Peter Van Hoeck (Alan Ladd), apelidado de “holandês”, arma um plano para roubar o ouro de uma mina, na qual trabalhara. Van Hoeck convida para serem seus cúmplices um ex-companheiro de penitenciária, John Mac Bain (Ernest Borgnine), e um dinamitador mexicano, Vicente (Nehemiah Persoff). Durante o roubo, a explosão de uma carga de dinamite causa um desabamento, mas eles conseguem fugir. Porém não contavam com a traição de Cyril Lounsberry (Kent Smith), que se dispusera a comprar o ouro.

Trata-se de uma refilmagem como western da história que serviu de base para O Segredo das Jóias / The Asphalt Jungle / 1950, de John Huston, com algumas modificações. A ação se desenrola num estilo nervoso, adotando um movimento rápido, onde o “suspense” atinge por duas vezes seu paroxismo. Os exteriores são belos e numerosos, perfeitamente realçados pelo CinemaScope e o Metrocolor. Daves realizou um espetáculo correto e interessante, mas sem criatividade: salvo na sequência da festa mexicana, com os fogos de artifício que permitem aos dois heróis escaparem do cerco de seus inimigos.

A Árvore dos Enforcados é o western mais complexo e ambicioso de Delmer Daves. O doutor John Frail (Gary Cooper) chega a Skull Creek, uma cidade mineira em formação em Montana. Acolhido com desconfiança pela população, Frail recolhe um jovem ladrão, Rune (Ben Piazza), extrai a bala que ele tem no ombro e o coloca a seu serviço como doméstico, em troca da operação. Apesar da hostilidade de um curandeiro, George Grubb (George C. Scott), Frail conquista a simpatia da comunidade, cuidando das crianças pobres. Ao mesmo tempo, o médico ganha uma fortuna no jogo de pôquer e é em uma dessas noites no saloon, que alguém faz alusão ao seu misterioso passado e a uma casa que ele havia queimado. Mais tarde, Frail cuida de uma jovem suíça, única sobrevivente do assalto a uma diligência, Elizabeth Mahler (Maria Schell), que ficara cega. Com muita dedicação e paciência, Frail cura Elizabeth e ela se apaixona pelo seu benfeitor. Frail, que tivera outrora uma decepção sentimental, a repudia. Associando-se a Rune e a outro garimpeiro, Frenchy Plante (Karl Malden), Elizabeth explora um filão, graças ao dinheiro que Frail, secretamente, fizera chegar às sua mãos. Os três sócios descobrem ouro ao pé de uma árvore desenraizada por uma tempestade. Frenchy se embriaga e tenta violentar Elizabeth, mas Frail intervém a tempo e o mata. Incitados pelo curandeiro e sabendo que Frail matara sua mulher infiel, os habitantes do local decidem enforcá-lo. Elizabeth e Rune então jogam suas pepitas para a multidão e salvam a vida de Frail.

A partir de temas do western clássico (rivalidade entre garimpeiros, nascimento de uma cidade em uma região ainda inexplorada), Daves realiza um melodrama romântico de grande intensidade e beleza visual.


A intriga se parece um pouco com a de La Symphonie Pastorale de Andre Gide (e a adaptação cinematográfica de Jean Delannoy de 1946, intitulada no Brasil, Sinfonia Pastoral) ambas as histórias focalizando o relacionamento de uma moça cega e um homem mais velho, cuja preocupação ostensiva com a caridade esconde as suas próprias motivações. Só que Frail pratica-a de uma forma ambígua: ele trata de Rune e de Elizabeth com um rigor, uma espécie de chantagem moral, que provoca um mal-estar nos seus beneficiários.

Uma das cenas que lembram a obra de Gide (e o filme de Delannoy) é aquela em que Elizabeth, sozinha na cabana, se levanta e reaprende a usar as pernas, embora não tenha ainda recobrado a visão; ela descobre pelo toque o mundo dos objetos familiares, acaricia a superfície de uma mesa, o volume esférico de uma lâmpada …

Da perseguição do ladrão que abre o filme, ao esboço do enforcamento, que o encerra, a narrativa contém cenas de ação conduzidas com muito vigor. A loucura coletiva, com o incêndio da metade da cidade, está impregnada de muita violência.

Um dos pontos altos do espetáculo é a notável utilização dramática do espaço, perceptível na fuga de Rune  e seu resgate por Frail, na busca de Elizabeth pelas montanhas, no traveling acompanhando Elizabeth até o precipício, depois que voltou a enxergar etc. A própria localização da cabana de Frail no topo do despenhadeiro, contemplando toda a cidade, enfatiza o isolamento físico e psicológico do herói, enquanto os movimentos de grua procuram exprimir com a mesma força as emoções dos personagens e uma visão panteísta da natureza.

8 Responses to “OS WESTERNS DE DELMER DAVES”

  1. Saudações Mestre A.C, como tem passado?

    Magnífica matéria sobre um dos grandes diretores de cinema, e em especial, do gênero Western, e certamente, um magistral cineasta ao estilo com uma visão muito a frente de seu tempo. Tive um conhecido quando trabalhei, até há 10 anos atrás, na Procuradoria Geral do Estado, que me dizia que não gostava de westerns porque estes “faziam apologia contra os índios e apoiavam o preconceito e o massacre”. Até, de certa forma, compreendi a visão dele, pois de início muitos westerns vilanizavam os índios, contudo, para fazer tal afirmação, é porque não entendia nada e nada sobre cinema, e muito menos, de filmes de faroeste – e mais ainda: não conhecia este gênio visionário que foi Delmes Daves. FLECHAS DE FOGO revelou ao mundo um grito de protesto contra a descriminação indígena em Hollywood, seguido depois por Anthony Mann em sua obra O CAMINHO DO DIABO, estrelado por Robert Taylor. RAJADAS DE ÓDIO é outro ótimo western cuja temática é a mesma, e com uma brilhante interpretação de Charles Bronson como o índio Jack (se não estou enganado, Bronson ainda assinava pelo nome de Charles Buchinsky nos créditos).

    Nota-se que os personagens de seus westerns são humanos (nenhum deles se equivale a um “super”) e seus sentimentos, bem como suas formas de pensar, são expostas no desenrolar de cada trama. Além de FLECHAS DE FOGO e RAJADAS DE ÓDIO, outra obra que admiro muito é A ÚLTIMA CARROÇA, que ao meu ver, não é somente uma fita em que se ensina a sobrevivência no deserto, mas a sobrevivência da própria vida, onde vemos jovens imaturos (como os que interpretados por Nick Adams, Ray Stricklyn e Stephanie Griffin) obrigados a crescer por força imperiosa das circunstancias, onde acabam amadurecendo e dando crédito a Comanche Todd (Richard Widmark) pelo aprendizado. Toda trama de Daves em seus espetaculares westerns tem uma mensagem, e é ao fim das metragens, que percebemos o quanto ele também parece se preocupar em expressar estas mensagens.

    Acontece o mesmo com outra de suas fitas e também uma das minhas preferidas – A ARVORE DOS ENFORCADOS, um dos últimos filmes interpretados pelo nobre Gary Cooper, numa interpretação da qual considero (na minha opinião) uma das melhores de sua carreira, como o sinistro Dr. Joe Frail. Herói ou vilão? Pergunta-se o espectador logo na primeira parte da trama, mas ninguém gostaria de ver Cooper interpretar um vilão, não é mesmo? Mas se percebe o quanto seu personagem carrega uma tristeza e um trauma, que o deixa amargurado e sem muito afeto pelo próximo, excetuando uma cena em que o médico tão mal falado pela comunidade de mineiros trata de uma menina de 7 ou 8 anos, cujos pais não podiam pagar pela consulta. Humanamente, Frail cede uma vaca para os pais desta menina se alimentar com leite (tinha desnutrição), e como paga, carinhosamente, Frail pede a esta criança um simples beijo. Dai vemos o quanto Frail não era desprovido de sentimentos, e Daves fez questão de mostrar o lado bom e o lado ruim de um anti-herói. Foi um trabalho, que, segundo soube, foi também dirigido por Karl Malden, o vilão da fita, quando o cineasta adoeceu durante as filmagens. Não sei se tal afirmação procede, e não sei se me poderia confirmar isso, Professor.

    Amei a matéria! Congratulações cinéfilas e um grande abraço deste que lhe admira.

    Paulo Telles (Néry)
    Blog Filmes Antigos Club Artigos.

  2. Obrigado pelo seu comentário Paulo. Você enriqueceu o meu texto, complementando-o brilhantemente. Volte sempre. Um forte abraço.

  3. Graça e paz… “Salve A. C. dos 3 filmes que considero os meus preferidos, está RASTROS DE ÓDIO. E falando em WESTERNS, a TV CULTURA teve a “brilhante” idéia de ter agora a sessão CLUBE DO FILME, Título original: The Last Sunset
    Direção: Robert Aldrich
    Ano: 1961
    Origem: EUA
    Duração: 111 min.
    Colorido
    Elenco: Rock Hudson, Kirk Douglas, Dorothy Malone, Carol Lynley, Neville Brand

  4. Olá Edu. Também gosto muito de Rastros de Ódio, Não tenho visto a TV Cultura. Vou dar uma olhada no Clube do Filme, obrigado.

  5. belo texto. adoro os westerns de daves.

    O Falcão Maltês

  6. Salve Antonio. Já escreví sobre Mann, Boetticher e Daves. Mas está faltando John Sturges, não acha?

  7. Prezado Professor AC,

    Como sempre uma lição sobre cinema e sobre os westerns, desta vez com Delmer Daves, que, para mim, tem o estilo semelhante ao de Anthony Mann; porém, é menos cultuado pelos críticos em geral. Ótima, também, a intervenção do Sr. Paulo Nery.

    É pena que os últimos filmes de Delmer Daves, após “A Árvore dos Enforcados” (The Hanging Tree), tenham sido um tanto açucarados.

    Lí que “A Árvore dos Enforcados ” foi concluído por Karl Malden devido ao impedimento de DD por motivo de saúde.

    John Sturges, outro diretor com muito talento, é uma boa pedida.

    Mario Peixoto Alves

  8. Olá, Mario. Obrigado, e fez bem em lembrar a intervenção do Paulo Nery, grande estudioso do cinema clássico como você. Gosto também dos westerns de John Sturges. Vou ver se consigo homanageá-lo dignamente. Um forte abraço.

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