Sir Dirk Bogarde (1921-1999), cujo nome verdadeiro é Derek Jules Gaspard Ulric Niven van der Bogaerd, nasceu em Hampstead, Londres, filho do editor de arte holandês do London Times e de uma mãe atriz-frustrada. Bogarde estudou cenografia e trabalhou como artista comercial, além de ter sido um estudante de teatro antes da guerra. Ele apareceu pela primeira vez no palco em 1939 e como figurante no filme Come on George! (estrelado pelo comediante muito popular George Formby) no mesmo ano.
Durante a Segunda Guerra Mundial serviu na Air Photographic Intelligence Unit. Em 1947 sobressaiu na peça criminal de Michael Clayton Hutton “Power Without Glory” e, graças a este sucesso, foi contratado pela Organização Rank, onde despontou como o jovem bandido carismático na produção do Ealing Studios A Lâmpada Azul / The Blue Lamp /1949.
Seguiram-se, entre outros, bons filmes como Angústia de uma Alma / So Long at the Fair / 1950, A Mulher Falada / The Woman in Question / 1950, Devoção de Assassino / Hunted /1952 e O Ódio era Mais Forte / The Gentle Gunman / 1952 e sua popularidade disparou quando estrelou, como o estudante de medicina Simon Sparrow, a série de comédias Doctor, iniciada com Rivais na Conquista / Doctor in the House / 1954. Ainda nos anos cinquenta Bogarde fez outros bons filmes como A Sombra do Pecado / Cast a Giant Shadow / 1955, O Jardineiro Espanhol / The Spanish Gardener / 1956, Perigo nas Sombras / Ill Met by Moonlight / 1957, À Beira do Cadafalso / A Tale of Two Cities / 1958, A Noite é Minha Inimiga / Libel / 1959.
Seguiram-se entre outros, bons filmes como Angústia de uma Alma / So Long at the Fair / 1950, A Mulher Falada / The Woman in Question / 1950, Devoção de Assassino / Hunted / 1952 e O Ódio Era Mais Forte / The Gentle Gunman / 1952 e sua popularidade disparou quando estrelou como o estudante de medicina Simon Sparrow, a série de comédias Doctor, iniciada com Rivais na Conquista / Doctor in the House / 1954. Ainda nos anos cinquenta Bogarde fez outros bons filmes como A Sombra do Pecado / Cast a Giant Shadow / 1955, O Jardineiro Espanhol / The Spanish Gardener / 1956, Perigo nas Sombras / I’ll Met by Moonlight / 1957, À Beira do Cadafalso / A Tale of Two Cities / 1958, A Noite é Minha Inimiga / Libel / 1959.
Sua experiência em Hollywood foi desastrosa. Em 1960 ele fez Sonho de Amor / Song Without End, cinebiografia do compositor Franz Liszt realizada por George Cukor, que foi um desastre comercial. Em1961 interpretou um advogado homossexual em Meu Passado Me Condena / Victim , provavelmente perdendo suas fãs adolescentes do tempo da série Doctor, mas ganhou acesso a papéis mais sérios que almejava.
O fato mais marcante na sua carreira nesta fase foi o início da sua associação com o diretor fugitivo da Lista Negra de Hollywood, Joseph Losey. Esta começou com um melodrama aprazível O Monstro de Londres / The Sleeping Tiger/ 1954, mas foi O Criado / The Servant / 1963 que marcou a emergência de um novo Bogarde. Ele fez mais três filmes com Losey: (O Rei e o Cidadão, também conhecido como Pelo Rei e Pela Pátria / King and Country /1964, Modesty Blaise / Modesty Blaise / 1966 e Estranho Acidente / Accident / 1967) e se tornou, nas suas próprias palavras, um ator europeu, associado a Luchino Visconti (A Morte em Veneza / Morte a Venezia / 1971), Liliana Cavani (O Porteiro da Noite / Il Portiere di Notte / 1974), Alain Resnais (Providence / 1977), Rainer Werner Fassbinder (Uma Viagem para a Luz / Despair / 1978 e Bertrand Tavernier (O Regresso / Daddy Nostalgie / 1990).
A filmografia de Dirk Bogarde é muito extensa (63 filmes), de modo que estou mencionando apenas seus filmes que julgo mais importantes. Nos anos sessenta Bogarde fez ainda Revolta em Alto-Mar / H.M. S. Defiant / 1962, Coragem é a Senha / The Password is Courage / 1962, Na Glória, a Amargura / I Could go on Singing / 1963, Darling, a que Amou Demais / Darling / 1965, Todas as Noites às Nove / Our Mother´s House / 1967, O Homem de Kiev / The Fixer / 1968, Oh! Que Beleza de Guerra / Oh! What a Lovely War / 1969, Os Deuses Malditos / La Caduta degli Dei / 1969 e, nos anos setenta, esteve em Uma Ponte Longe Demais / A Bridge Too Far / 1977.
A meu ver sua melhor atuação ocorreu em A Morte em Veneza, interpretando Gustav von Aschenbach, um compositor envelhecido para quem a música era tudo, que chega a um hotel luxuoso de Veneza, onde tudo lhe teria sido indiferente se não tivesse sido impressionado pela beleza de um adolescente, Tadzio (Bjorn Andressen). Aschenbach o observa, o segue, não consegue se adaptar ao clima exaustivo da bela cidade. Um cabelereiro pinta seu cabelo, o rejuvenesce. Ele contempla Tadzio brincando na praia deserta e morre. Visconti tomou emprestado o tema a Thomas Mann, fotografou magnificamente uma Veneza admirável e apodrecida, aproveitou a música sublime de Mahler e se serviu da excelente interpretação de Bogarde para criar sua obra-prima. O ator, no auge de sua arte, transcreve muito bem a tristeza e a ambiguidade do seu personagem .
Em 1977 Bogarde iniciou uma segunda carreira como autor, escrevendo romances muito bem vendidos e sua autobiografia além de crônicas jornalísticas, ensaios e poesia. Foi ordenado cavaleiro pela Rainha Elizabeth II em 1992 .